Opinião — Capitã Marvel: A Representatividade na Nova Fase da Marvel.

No dia 8 de Março a Marvel nos apresentou à heroína mais forte do MCU e do universo dos quadrinhos, Carol Danvers, ou Capitã Marvel. Ela inovou pois, pela primeira vez, apresentava um filme solo de uma heroína.

E já não era sem tempo, já que estamos passando por uma transição onde os movimentos políticos de igualdade, o movimento feminista, só cresce a cada ano. Claro que, depois do sucesso de Pantera Negra, filme que foi um divisor de águas para a Marvel, com muitos problemas políticos e de raça envolvidos, a Marvel tinha que se superar novamente.

Capitã Marvel é e não é um filme de origem comum, assim como o Pantera Negra. Claro, descobrimos de onde ela surgiu, conhecemos seu passado e sua história até aqui, a origem de seu sangue Kree, mas temos algo que não vimos em nenhuma outra história de origem: representatividade.

Porque digo isso? Só vimos filmes de super-heróis na Marvel até hoje, e, o único filme de uma super-heroína era Mulher-Maravilha, que, apesar de super empoderado e um dos melhores filmes da DC, era pobre em representatividade principalmente porque Diana Prince, apesar de mulher, era uma deusa praticamente indestrutível. Diferente de Carol Danvers, que é uma humana.

Nós vemos todas as coisas que ela teve que passar no mundo por ser uma mulher e almejar por profissões majoritariamente masculinas. Coisas sobre sua coragem e sua força sendo desmerecidas por ela ser uma mulher e deixar a sua emoção tomar conta de sua parte racional. Quantas de nós já não ouvimos isso ou não passamos por uma situação parecida? Isso é o que dá ao filme uma vantagem: temos aqui uma representação que nos faz ter empatia pela personagem.

O filme, por ser ambientado nos anos 90, tem muitas referências e piadas engraçadas, além, é claro, de uma trilha sonora realmente muito boa. É também leve no humor, e sabem dosar isso de uma forma muito tranquila e despretensiosa, que vi em Thor: Ragnarok. Além de, é claro, minha parte preferida: a dinâmica entre os personagens da Carol, do Fury e do gatinho dela, o Goose. Essas partes foram as minhas favoritas, e acho que esse é um de meus trios favoritos da Marvel (talvez só percam para Okoye, T’challa e Nakia e Groot, Thor e Rocket em Guerra Infinita). Se você ainda está em dúvida sobre assistir a esse filme nos cinemas, tente levar isso em mente, e saiba que Goose rouba a cena em muitos momentos importantes.

Acho que a única coisa minimamente ruim, o que acontece também em quase todo filme da Marvel, é o problema de um péssimo vilão. Isso porque eles não trabalham muito no Jude Law, sua motivação é muito superficial e ele não passa certo carisma que vimos em vilões como o Loki, Killmonger e, mais recentemente, Thanos. Personagens como a melhor amiga de Carol Danvers e a Mônica, sua filha, têm mais profundidade que o vilão.

No geral, é um filme realmente muito bom de origem, e, na minha opinião, mostra muito do que a Marvel ainda pode realizar com essa nova fase e novo universo no espaço.  

Feliz dia Internacional da Mulher!

O Brasil registrou 1 estupro a cada 11 minutos em 2015, e calcula-se que estes sejam apenas 10% do total dos casos que realmente acontecem. Ou seja, o Brasil pode ter a taxa de quase meio milhão de estupros a cada ano. Há, em média, 10 estupros coletivos notificados todos os dias.
A cada 7.2 segundos a mulher é vítima de violência física.
Em 2013, 13 mulheres morreram TODOS OS DIAS, vítimas de feminicídio (cerca de 30% por se parceiro ou ex).
Esse número representa um aumento de 21% em relação a década passada.
O assassinato de mulheres negras aumentou (54%) enquanto o de brancas diminuiu (9,8%).
Em 2015, a Central de Atendimento a Mulher (180), realizou 1 atendimento a cada 42 segundos.
2 em cada 3 universitárias brasileiras disseram já ter sofrido algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física) no ambiente universitário.
Em 2016, foram registrados em média 135 estupros POR DIA. 49.497 casos no total, 4,3% a mais que em 2015.
E isso é somente no Brasil.
Europa:
Uma em cada três mulheres sofreram algum tipo de agressão física ou sexual e 5% foram violentadas.
Zimbabwe:
Pelo menos uma mulher é estuprada a cada 90 minutos no Zimbabwe. De acordo com estatísticas, 500 mulheres foram abusadas sexualmente por mês – cerca de 16 mulheres foram estupradas por dia.
Austrália:
Durante o ano de 2012, estima-se que 51.200 australianos com 18 anos ou mais foi vítimas de agressão sexual.
Canadá:
No Canadá, existem 460.000 agressões sexuais a cada ano. Somente 33 em cada 1.000 casos são relatados à polícia, e 29 são registrados como um crime.
Nova Zelândia:
As agressões sexuais subiram 15% em um ano, e nas escolas o número dobrou. Apenas 9 por cento dos crimes sexuais são denunciados (registrado pela polícia) na Nova Zelândia. De todos os casos relatados, apenas 13% terminam em condenação. 91% dos estupros não foram declarados, ou as vítimas são intimidadas a não denunciar.
Índia:
O número de estupros registrados na Índia, um país de mais de 1,2 bilhão de pessoas, subiu para 33.707 em 2013 sendo que foram 24.923 em 2012. a maioria das vítimas de estupro tem entre 18 e 30 anos. Cerca de um em cada três vítimas tem menos de 18 anos, e um em cada dez vítimas de estupro tem menos de 14 anos. Na Índia, uma mulher é estuprada a cada 20 minutos.
Inglaterra e País de Gales:
de acordo com um estudo realizado pela NSPCC nos jovens (com idade entre 13-18 anos), um terço das meninas e 16% dos rapazes foram vítimas de violência sexual e que mais de 250.000 adolescentes podem sofrer abuso a qualquer momento. 12% dos rapazes e 3% das meninas relataram cometerem violência sexual contra seus parceiros.
EUA:
De acordo com George Mason University, 1 a cada 3 mulheres americanas são abusadas sexualmente durante a sua vida. 19,3% das mulheres e 2% dos homens foram estuprados pelo menos uma vez em suas vidas. Além disso, estima-se que 43,9% das mulheres e 23,4% dos homens experimentaram outras formas de violência sexual durante suas vidas. Muitas vítimas de abuso sexual foram vítimas em uma idade jovem, cerca de 79% foram estupradas antes de 25 anos de idade, e 40% antes dos 18 anos. A cada 107 segundos, alguém nos Estados Unidos é abusado sexualmente. Há uma média de 293.000 vítimas (a partir dos 12 anos ou mais) de abuso sexual a cada ano. 68% das agressões sexuais não são comunicados à polícia, 98% dos estupradores nunca passaram um dia na cadeia.
África do Sul:
Com uma estimativa de 500.000 casos de estupro a cada ano, o país tem uma das mais altas taxas de estupro do mundo.O Conselho de Investigação Médica estima que apenas 1 em cada 9 estupros são relatados. Assim, o número real de estupros é muito maior do que os números registrados pela polícia.
De acordo com um relatório, acima de 4% dos homens foram forçados a ter relações sexuais com outros homens. De acordo com a Polícia Sul-Africana, as crianças são vítimas de 41% de todos os crimes de estupro relatados. Cerca de 15% das vítimas de estupro são crianças com idade inferior a 11 anos. De acordo com a fundação Lágrimas da África do Sul e do Medical Research Council, 50% das crianças da África do Sul serão abusadas antes da idade de 18 anos. Outra fonte afirma que houve 24,892 estupros e tentativas de estupro de crianças com idade inferior a 18 anos.

Estamos lidando com números aqui. Ninguém pode falar que é vitimismo, mimimi. Ser mulher, ser feminista é resistir. Todos os segundos da nossa vida.

Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/…/1931609-brasil-registrou-135…
https://megabisonho.blogspot.com.br/…/os-10-paises-com-maio…
http://emais.estadao.com.br/…/em-numeros-a-violencia-contr…/

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Mulheres deixam de denunciar casos de assédio, violência doméstica, estupro por medo de morrer, por medo do julgamento e, principalmente, porque sabem que suas vidas não valem mais do que a reputação de um homem na/para a sociedade. Afinal, Johnny Depp, Casey Affleck, Gary Oldman, Jared Leto, Harvey Weinstein, Woody Allen, Quentin Tarantino, Eminem, Chris Brown, (a lista é eterna, mas vamos parar por aqui), ainda têm relevância no meio em que exercem sua profissão. Já ouvi argumentos do tipo: “devemos separar a vida pessoal da profissional”. Não! Não quando se trata de pedofilia. Estupro. Ameaças de morte. Não quando se viola o corpo de outra pessoa (seja ela do gênero feminino ou masculino). Não quando as carreiras de Winona Ryder, Lindsay Lohan, Amanda Bynes, Britney Spears, Salma Hayek, Katherine Heighl entraram em declínio por conta de escândalos como saúde mental e depressão. No caso da Katherine Heighl, só o fato de ter criticado o filme que tinha participado de ser “sexista e machista”. Vocês viram a grande diferença?! Nenhuma das mulheres citadas acima violentaram/humilharam/reduziram a outra pessoa a um objeto, e ainda assim tiveram suas carreiras prejudicadas, enquanto os homens acusados de estupro, pedofilia e violência doméstica estão sendo premiados nos “Oscars” da vida.
A desculpa da roupa não é um argumento que se possa sustentar pois países como Egito, Iraque, Turquia, Paquistão têm maiores índices de estupro e as mulheres andam de hijab.
“Garotos serão garotos”, outro argumento que ouço muito por aí. Vocês realmente estão comparando homens à animais?!
Vamos colocar a definição de instinto aqui pra vocês: instinto
substantivo masculino
1.
impulso interior que faz um animal executar inconscientemente atos adequados às necessidades de sobrevivência própria, da sua espécie ou da sua prole.
“i. reprodutor”
2.
impulso natural, independente da razão, que faz o indivíduo agir com uma finalidade específica.
3.
faculdade de pressentir, de perceber, independentemente da razão; intuição.
4.
tendência natural; inclinação, dom.

(outra das inúmeras falas machistas que prejudicam não somente as mulheres, mas os homens também)

Hoje, dia Internacional da Mulher, eu não quero receber flores. Eu quero receber direitos básicos. Direito de ir e vir. Direito de ser ouvida. Direito de não ser ridicularizada e ofendida, e de que os homens, e todos nos vejam como pessoas, pessoas que merecem respeito. Respeito não é algo que se conquista. Sua roupa (ou falta dela) não é um convite para ser assediada, estuprada, morta. Sua roupa não é um convite para a fetichização. Porque hoje eu presenciei um homem tirando foto de uma mulher, sem seu consentimento, da cintura pra baixo porque ela estava usando um short. Num calor de 30 graus. Porque, depois que eu a avisei e ele deu uma desculpa esfarrapada, a amiga dela ainda soltou: “também, você tava usando short, queria o quê?!”
Quero que os homens reconheçam que há um problema. Um problema pessoal com as mulheres (principalmente as negras e as periféricas). Quero que eles reconheçam que os números são alarmantes e que eu SOU FEMINISTA. E que não é “mimimi”. E que não é “vitimismo”. E que FEMINISMO NÃO É O CONTRÁRIO DE MACHISMO.
Quero que eles reconheçam quando um amigo está reproduzindo falas machistas, quando um amigo é abusivo com a sua namorada/esposa. Quero que os homens falem quando saibam que isso está acontecendo com uma amiga. Quero que eles sejam nossos aliados nessa luta.
Porque o machismo e o patriarcado não prejudica só as mulheres, e já chegou a hora de abrirmos os olhos.

Na foto: (Malala Yousafzai, Ellen DeGeneres, Rupi Kaur, Emma Watson, Laverne Cox, Alexandra Gurgel, Chimamanda Ngozi Adichie, Michelle Obama, Maria da Penha)

Obrigada, 2017!

Eu filmei um vídeo para o canal juntamente com esse texto, porém estou viajando e não tenho como editá-lo propriamente, então, até chegar em casa, ficarei somente com os textos e o blog. Sinto muitíssimo.

 

Ano passado foi um ano de muito aprendizado e amadurecimento pra mim, em todas as áreas da minha vida.

Comecei o ano com um pensamento: fazer de 2017 um ano melhor para mim. Mudar minha forma de ver o mundo, mudar a forma como eu me via, mudar a forma de como lidava com perdas.

Foi difícil, porque desde 2013 venho lutando contra a depressão, mas fiz de tudo para ter uma saúde mental melhor. Deixei alguns “bad habits” e os substituí por hábitos saudáveis, que, no fim, me fizeram super bem. Pratiquei muito amor próprio, uma coisa que eu quase nunca fiz. Sinceramente, nunca me senti tão bem desde 2013. Depois de começar a minha batalha para aceitar meu corpo, personalidade, aparência — eu mesma em todos os sentidos possíveis —, acabei percebendo que certos relacionamentos me faziam mal, e faziam mal para minha saúde mental. Se você quer começar a se curar, você precisa tirar todas as coisas que não te fazem bem, que não te acrescentam e somam da sua vida. Foi difícil no começo.Na verdade eu nem sabia que estava me desfazendo dessas amizades até olhar para o começo do ano e perceber quantas pessoas haviam ficado para trás. Lembro que houve várias recaídas ao longo do ano, porque tenho dificuldade em aceitar quando uma coisa acaba, quando uma pessoa se vai ou uma amizade acaba. Eu sofri com algumas dessas partidas, acho que é algo natural, mas, no final, percebi que aqueles relacionamentos me faziam mal, e que eu merecia melhor.

É difícil falar isso também porque parte da minha maratona de amor próprio era perceber exatamente isso: que eu sou o bastante. Que o problema não era eu. Que não era inteiramente culpa minha se algo acabasse — principalmente quando esse “algo” era uma amizade tóxica.

 

Quis fazer uma retrospectiva do meu 2017, aí estão os tópicos mais marcantes:

 

Descobri quais eram meus amigos de verdade.
Comecei minha maratona de self love e aceitação como NUNCA tinha feito. Vou continuar com isso esse ano, pra sempre.

Conheci um pouco mais sobre o feminismo, girl power, li o livro da Malala e tive certeza que esse movimento era algo do qual queria fazer parte.
Li dois livros de poesia que me marcaram muito: “Outros jeitos de usar a boca” e “the sun and her flowers”, da Rupi Kaur.

Esses dois livros de poesia feminista só reforçaram meu amor por esse movimento.
Conheci o canal da Louie Ponto e da Nataly Neri (afros e afins) e me apaixonei.
Comecei meu curso técnico de Publicidade (quem me conhece irl sabe que isso era uma coisa desafiadora pra mim).

No curso, apresentei dois trabalhos que foram muito importantes pra mim na frente de 30+ pessoas (novamente, totalmente fora da minha zona de conforto. Mesmo depois de seis meses, continuo orgulhosa de mim mesma).
Saí mais com meus amigos (Marina e Lucas).

Saí pro barzinho com a Aline e me diverti MUITO cantando o meu hino (Mr. Brightside).
Comecei um relacionamento.
Terminei um relacionamento.
Aceitei de que o fim desse relacionamento não foi minha culpa e que eu não deveria me sentir menos suficiente por isso.

Me desprendi de vários “bad habits” que tinha desde o começo do meu quadro de depressão. Cultivei alguns hábitos saudáveis para substituí-los.
Dei adeus ao meu pai, mas fui forte o bastante para aceitar isso.
Passei por um cateterismo achando que ia morrer.

Percebi, no finalzinho de Dezembro, que eu me despedi de VÁRIAS amizades que não me faziam bem, e fiquei surpresa ao constatar que foi uma das melhores coisas que eu poderia ter feito.
Fiz uma ponta de modelo pro trabalho de final de módulo do curso e GOSTEI DO RESULTADO.

Percebi que sou boa o bastante.
Tenho amigos que me amam e são uma família pra mim.
Conheci mais pessoas incríveis lá pro final do ano.
Saí muito. Me diverti muito.
Aprendi como é ter muito amor próprio e que é um trabalho contínuo.
Abracei vários cachorrinhos.

FUI PRA COMIC CON (outra coisa que me tirou completamente da zona de conforto).
CONHECI O LUBATV E O ABRACEI NA CCXP.
EU ESTAVA RESPIRANDO O MESMO AR QUE O DYLAN O’BRIEN.
Conheci a Bia.
COMECEI O MEU CANAL NO YOUTUBE.

 

Pessoalmente foi o melhor ano da minha vida. Eu daria o mesmo conselho a vocês: nesse ano, comecem do zero e tenham mais amor por vocês mesmas. Mais respeito próprio. Não se contentem com pouco, ou com nada, porque você acha que não vai encontrar coisa melhor. Você vai. Você merece muito mais do que um amor meia boca, um cara que só aparece quando não tem nada “melhor” pra fazer ou precisa do seu apoio. Você merece estar com alguém que te ame de verdade, e não que esteja com você por que é fácil e cômodo.

 

Desejo á todos os meus leitores mais amor, aceitação e confiança. Feliz 2018!