O Brasil registrou 1 estupro a cada 11 minutos em 2015, e calcula-se que estes sejam apenas 10% do total dos casos que realmente acontecem. Ou seja, o Brasil pode ter a taxa de quase meio milhão de estupros a cada ano. Há, em média, 10 estupros coletivos notificados todos os dias.
A cada 7.2 segundos a mulher é vítima de violência física.
Em 2013, 13 mulheres morreram TODOS OS DIAS, vítimas de feminicídio (cerca de 30% por se parceiro ou ex).
Esse número representa um aumento de 21% em relação a década passada.
O assassinato de mulheres negras aumentou (54%) enquanto o de brancas diminuiu (9,8%).
Em 2015, a Central de Atendimento a Mulher (180), realizou 1 atendimento a cada 42 segundos.
2 em cada 3 universitárias brasileiras disseram já ter sofrido algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física) no ambiente universitário.
Em 2016, foram registrados em média 135 estupros POR DIA. 49.497 casos no total, 4,3% a mais que em 2015.
E isso é somente no Brasil.
Europa:
Uma em cada três mulheres sofreram algum tipo de agressão física ou sexual e 5% foram violentadas.
Zimbabwe:
Pelo menos uma mulher é estuprada a cada 90 minutos no Zimbabwe. De acordo com estatísticas, 500 mulheres foram abusadas sexualmente por mês – cerca de 16 mulheres foram estupradas por dia.
Austrália:
Durante o ano de 2012, estima-se que 51.200 australianos com 18 anos ou mais foi vítimas de agressão sexual.
Canadá:
No Canadá, existem 460.000 agressões sexuais a cada ano. Somente 33 em cada 1.000 casos são relatados à polícia, e 29 são registrados como um crime.
Nova Zelândia:
As agressões sexuais subiram 15% em um ano, e nas escolas o número dobrou. Apenas 9 por cento dos crimes sexuais são denunciados (registrado pela polícia) na Nova Zelândia. De todos os casos relatados, apenas 13% terminam em condenação. 91% dos estupros não foram declarados, ou as vítimas são intimidadas a não denunciar.
Índia:
O número de estupros registrados na Índia, um país de mais de 1,2 bilhão de pessoas, subiu para 33.707 em 2013 sendo que foram 24.923 em 2012. a maioria das vítimas de estupro tem entre 18 e 30 anos. Cerca de um em cada três vítimas tem menos de 18 anos, e um em cada dez vítimas de estupro tem menos de 14 anos. Na Índia, uma mulher é estuprada a cada 20 minutos.
Inglaterra e País de Gales:
de acordo com um estudo realizado pela NSPCC nos jovens (com idade entre 13-18 anos), um terço das meninas e 16% dos rapazes foram vítimas de violência sexual e que mais de 250.000 adolescentes podem sofrer abuso a qualquer momento. 12% dos rapazes e 3% das meninas relataram cometerem violência sexual contra seus parceiros.
EUA:
De acordo com George Mason University, 1 a cada 3 mulheres americanas são abusadas sexualmente durante a sua vida. 19,3% das mulheres e 2% dos homens foram estuprados pelo menos uma vez em suas vidas. Além disso, estima-se que 43,9% das mulheres e 23,4% dos homens experimentaram outras formas de violência sexual durante suas vidas. Muitas vítimas de abuso sexual foram vítimas em uma idade jovem, cerca de 79% foram estupradas antes de 25 anos de idade, e 40% antes dos 18 anos. A cada 107 segundos, alguém nos Estados Unidos é abusado sexualmente. Há uma média de 293.000 vítimas (a partir dos 12 anos ou mais) de abuso sexual a cada ano. 68% das agressões sexuais não são comunicados à polícia, 98% dos estupradores nunca passaram um dia na cadeia.
África do Sul:
Com uma estimativa de 500.000 casos de estupro a cada ano, o país tem uma das mais altas taxas de estupro do mundo.O Conselho de Investigação Médica estima que apenas 1 em cada 9 estupros são relatados. Assim, o número real de estupros é muito maior do que os números registrados pela polícia.
De acordo com um relatório, acima de 4% dos homens foram forçados a ter relações sexuais com outros homens. De acordo com a Polícia Sul-Africana, as crianças são vítimas de 41% de todos os crimes de estupro relatados. Cerca de 15% das vítimas de estupro são crianças com idade inferior a 11 anos. De acordo com a fundação Lágrimas da África do Sul e do Medical Research Council, 50% das crianças da África do Sul serão abusadas antes da idade de 18 anos. Outra fonte afirma que houve 24,892 estupros e tentativas de estupro de crianças com idade inferior a 18 anos.
Estamos lidando com números aqui. Ninguém pode falar que é vitimismo, mimimi. Ser mulher, ser feminista é resistir. Todos os segundos da nossa vida.
Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/…/1931609-brasil-registrou-135…
https://megabisonho.blogspot.com.br/…/os-10-paises-com-maio…
http://emais.estadao.com.br/…/em-numeros-a-violencia-contr…/
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Mulheres deixam de denunciar casos de assédio, violência doméstica, estupro por medo de morrer, por medo do julgamento e, principalmente, porque sabem que suas vidas não valem mais do que a reputação de um homem na/para a sociedade. Afinal, Johnny Depp, Casey Affleck, Gary Oldman, Jared Leto, Harvey Weinstein, Woody Allen, Quentin Tarantino, Eminem, Chris Brown, (a lista é eterna, mas vamos parar por aqui), ainda têm relevância no meio em que exercem sua profissão. Já ouvi argumentos do tipo: “devemos separar a vida pessoal da profissional”. Não! Não quando se trata de pedofilia. Estupro. Ameaças de morte. Não quando se viola o corpo de outra pessoa (seja ela do gênero feminino ou masculino). Não quando as carreiras de Winona Ryder, Lindsay Lohan, Amanda Bynes, Britney Spears, Salma Hayek, Katherine Heighl entraram em declínio por conta de escândalos como saúde mental e depressão. No caso da Katherine Heighl, só o fato de ter criticado o filme que tinha participado de ser “sexista e machista”. Vocês viram a grande diferença?! Nenhuma das mulheres citadas acima violentaram/humilharam/reduziram a outra pessoa a um objeto, e ainda assim tiveram suas carreiras prejudicadas, enquanto os homens acusados de estupro, pedofilia e violência doméstica estão sendo premiados nos “Oscars” da vida.
A desculpa da roupa não é um argumento que se possa sustentar pois países como Egito, Iraque, Turquia, Paquistão têm maiores índices de estupro e as mulheres andam de hijab.
“Garotos serão garotos”, outro argumento que ouço muito por aí. Vocês realmente estão comparando homens à animais?!
Vamos colocar a definição de instinto aqui pra vocês: instinto
substantivo masculino
1.
impulso interior que faz um animal executar inconscientemente atos adequados às necessidades de sobrevivência própria, da sua espécie ou da sua prole.
“i. reprodutor”
2.
impulso natural, independente da razão, que faz o indivíduo agir com uma finalidade específica.
3.
faculdade de pressentir, de perceber, independentemente da razão; intuição.
4.
tendência natural; inclinação, dom.
(outra das inúmeras falas machistas que prejudicam não somente as mulheres, mas os homens também)
Hoje, dia Internacional da Mulher, eu não quero receber flores. Eu quero receber direitos básicos. Direito de ir e vir. Direito de ser ouvida. Direito de não ser ridicularizada e ofendida, e de que os homens, e todos nos vejam como pessoas, pessoas que merecem respeito. Respeito não é algo que se conquista. Sua roupa (ou falta dela) não é um convite para ser assediada, estuprada, morta. Sua roupa não é um convite para a fetichização. Porque hoje eu presenciei um homem tirando foto de uma mulher, sem seu consentimento, da cintura pra baixo porque ela estava usando um short. Num calor de 30 graus. Porque, depois que eu a avisei e ele deu uma desculpa esfarrapada, a amiga dela ainda soltou: “também, você tava usando short, queria o quê?!”
Quero que os homens reconheçam que há um problema. Um problema pessoal com as mulheres (principalmente as negras e as periféricas). Quero que eles reconheçam que os números são alarmantes e que eu SOU FEMINISTA. E que não é “mimimi”. E que não é “vitimismo”. E que FEMINISMO NÃO É O CONTRÁRIO DE MACHISMO.
Quero que eles reconheçam quando um amigo está reproduzindo falas machistas, quando um amigo é abusivo com a sua namorada/esposa. Quero que os homens falem quando saibam que isso está acontecendo com uma amiga. Quero que eles sejam nossos aliados nessa luta.
Porque o machismo e o patriarcado não prejudica só as mulheres, e já chegou a hora de abrirmos os olhos.
Na foto: (Malala Yousafzai, Ellen DeGeneres, Rupi Kaur, Emma Watson, Laverne Cox, Alexandra Gurgel, Chimamanda Ngozi Adichie, Michelle Obama, Maria da Penha)